
Há dias atrás, precisei ir até à Receita Federal para solicitar uma certidão negativa, já que o site que a disponibilizaria estava fora do ar. Como o tempo de espera era longo, e a "simpatia e bom atendimento" dos servidores era emocionante, pus-me a pensar em como seria minha vida profissional caso tivesse optado pela função pública. Confesso que entrei em pânico seguido de alergia só de me imaginar naquela situação.
Antes de mais nada, quero deixar claro que nada tenho contra servidores públicos - tenho sim contra a "máquina" que os emprega e os paga com todas as benesses e estabilidade possível, mesmo havendo reclamações frequentes contra os baixos salários (?), que quase sempre acabam em greves, e cujos prejudicados são os cidadãos que pagam seus impostos religiosamente.
Recentemente, publiquei no facebook uma informação dando conta de que o Senado Federal tem 83 senadores e conta com 6.139 servidores. Que absurdo!
Somando-se os funcionários inativos de todo o país com o número interminável de almas que trabalham (?) em Ministérios, Secretarias, Assembléias, Prefeituras, e demais autarquias e estatais, podemos entender a fúria arrecadatória da tal "máquina" empregadora. E é óbvio que saúde, educação e segurança, são ítens supérfluos para quem comanda esse espetáculo todo.
Volto a dizer, nada contra quem se beneficia com bons salários, licenças, recessos, aposentadoria integral, etc,etc,etc. Tratam-se de pessoas que prestaram concursos (ainda que eu questione os métodos de seleção), e estão ao abrigo da lei.
Também é óbvio que alguns absurdos proporcionados pelo Estado, deixam alguns contribuintes como eu, de cabelo em pé. Exemplos? No quadro de funcionários do Governo gaúcho, existem servidores (poucos, é verdade) com salários na faixa de R$50mil reais, e o que impressiona é que são pessoas com funções subalternas, sem especialização nem formação acadêmica, mas que foram ao longo do tempo agregando "penduricalhos" tais como, quinquênios, insalubridade (mesmo trabalhando em gabinetes), promoções, fases da lua, possibilidade de ocorrerem tsunamis, ataques de alienígenas, e sei lá mais o que!
Fiquei sabendo também, que o Ministério da Fazenda conta com Arquitetos no quadro de funcionários. Se alguém me explicar o que pode fazer um arquiteto por lá, eu agradeço! Seria o mesmo que contratar um Teólogo para exercer suas funções no Ministério dos Transportes... se bem que com a qualidade das nossas estradas, um pouco de oração seria bemvinda para proteção dos motoristas!
Cito apenas esses exemplos, pois se for continuar vou precisar de mais dois blogs, e talvez no ano de 2014 ainda não tenha terminado.
Quero também esclarecer, que esse texto não tem conotação partidária, pois esse festival de absurdos vem de longe, e pelo visto, continuará "per omnia seculum seculorum".
Sinto profundamente quando há anos atrás contrariei minha mãe, Dona Natalia, cujo sonho era ver seu lindo filhote orgulhoso por ser funcionário da Petrobrás, Banco do Brasil, ou do Governo do Estado.
Sorry mamys, mas meu orgulho é o de NUNCA ter recebido um mísero tostão dos cofres públicos, apesar de me sentir às vezes um perfeito babaca pagando tanto imposto, sem saber para onde vai meu rico dinheirinho!