
Quem acompanhou meu antigo blog (Pra Ler no Banheiro!), sabe que sempre usei a figura do Popeye no perfil durante um bom tempo.
Há poucos dias atrás, seguindo a onda de colocar personagens que marcaram nossa infância no Facebook, voltei a me encontrar com o velho marinheiro. É óbvio que quando criança, não sabia como ele foi idealizado por seu criador, e via-o apenas como um "super herói" meio atrapalhado, que no final sempre se dava bem, ora conquistando sua Olivia Palito, ora fazendo com que seu inimigo Brutus morresse de inveja. Como desenho animado também é cultura, compartilho com vocês a verdadeira faceta do meu herói.
O criador de Popeye chamava-se Elzie Segar, um cara muito doidão que apesar de inteligentíssimo, vivia chapado dia e noite. Em 1929, ano do nascimento do "saylor man", ainda não existia nos Estados Unidos a maconha, então Mr. Segar "viajava" usando ópio, heroína, morfina, e outras drogas.
Um belo dia, sentado num bar da zona portuária, Elzie Segar encontrou-se com um amigo marinheiro que recém havia chegado da Europa trazendo alguns potes da mais pura "canabis". O cara fumava cachimbo e tinha um olho vazado. Querendo homenagear o amigo que o presenteou com a novidade, o doidão do Segar inventou uma histórinha em quadrinhos onde outro maluco como ele, fumava latas e mais latas de maconha no cachimbo e ficava com uma força e disposição descomunal.
O nome "Popeye", vem de Pop (estourado) e Eye (olho).
As primeiras histórias eram políticamente incorretas. Uma delas chamava-se "Blow Me Down", onde o marinheiro chapado bebia e brigava com todo mundo. Logo após surgiu "Wild Elephinks". Nessa Popeye completamente enlouquecido matava animais na floresta sem dó nem piedade.
Com o tempo, e para amenizar a coisa, já que algumas crianças começaram a se interessar pelo personagem, a maconha foi substituida por espinafre em lata, ainda que a força surgisse sempre que ele espremia o conteúdo que caia diretamente no cachimbo, e em questão de segundos ele virava cambalhotas de alegria e batia no Brutus com vontade.
Dizem que naquela época, espinafre virou sinônimo de maconha entre os adeptos da novidade, e até a "larica" do Popeye era saciada quando ele comia as tortas feitas pela Olivia!
Outra curiosidade daquele tempo é que as crianças passaram a comer espinafre como nunca, pois queriam ser fortes também, e durante um bom tempo esgotaram-se os estoques de latas nos pontos de venda. Para nós, brasileiros, era estranho comer espinafre em lata, coisa comum por lá, ainda assim a molecada daqui também passou a gostar da novidade.
Até algumas frases ditas por Popeye têm quem jure que eram feitas após algumas "cachimbadas", tais como: "Sou o que sou, e isso é tudo o que sou", ou então "Pelas barbas do camarão!". Filosofia, pura...!
Aos 81 anos, o velho marinheiro ainda continua na ativa, fazendo com que Olivia derreta-se de tanto amor por ele. O que ninguém até hoje descobriu, é se essa vitalidade toda é causada pelo espinafre, ou pelo conteúdo da lata que um dia o amigo caolho trouxe do velho continente.
De qualquer forma, e sem preconceito algum, Popeye é e continuará sendo meu ídolo, independente do conteúdo da lata...!
Longa vida à você, Macorinheiro Popeye...!