Penso, logo...surto!
quarta-feira, 25 de abril de 2018
SE EU FOSSE UM CARRO
Gosto de carros. Alguns mais, outros menos. Na verdade, prefiro os antigos. Mesmo sem a tecnologia atual, os idosos de quatro rodas têm um charme especial; têm história de sobra para nos contar.
Aprendi a dirigir aos 10 anos. Três dias após completar 18 anos, obtive minha primeira CNH. Minha diversão preferida era o Autorama, sem contar os inúmeros "carrinhos de montar" da "Revell", que consumiam horas e dias da minha infância e adolescência. Este breve resumo, talvez explique porque adoro tudo o que se refere ao automobilismo.
Muitas vezes e, talvez a psiquiatria explique, tenho a mania de comparar pessoas com automóveis. Minha primeira professora tinha a boca grande e, parecia estar sempre sorrindo, mostrando os dentes. Eu a achava igualzinha à grade frontal de um Buick 1951. Meu tio era narigudo e eu o comparava com um Studebaker. A empregada doméstica da minha casa, era bunduda e, parecia um Mercury, também dos anos 50. Quem conheceu ou lembra desses carros, talvez me entenda.
Atualmente, com os carros quase todos iguais, fica difícil fazer comparações. Prefiro fazer uma analogia entre os "temperamentos" de carros e pessoas. Por exemplo, conheço pessoas tipo 1.0. Explico: São pessoas sem vaidade alguma; não têm carros e sim, condução e gostam de economia. Não precisam de ar condicionado, vidros elétricos ou qualquer outra "ostentação". O que importa é economizar gasolina, seguro e IPVA. São monges do trânsito, com votos de pobreza, ainda que tenham condições de possuir algo melhor. Existem, em contrapartida, a turma do "cheguei pessoal!". São os que amam carros italianos, de preferência, com sei lá quantos cavalos no motor, cores extravagantes e, ronco igual à um leão faminto. Ao contrário do pessoal 1.0, ignoram o preço da gasolina e demais gastos. Fazem de tudo para aparecer e mostrar a potência de "la macchina" nas ruas. Neste caso, o velho Freud talvez também tenha explicação. Poderia também citar o tipo "trator" - pessoas sem educação e que passam por cima de tudo e de todos. A lista é longa.
Pois bem, e se eu fosse um carro? Me definiria como um modelo já fora de linha, dos anos 50, fabricado na Europa (Alemanha ou Inglaterra). Poderia ser um simples Jaguar ou, um modesto Porsche, com todas as revisões feitas; bebendo com moderação e rodando tranquilamente, sem alardes. Minha aceleração seria gradual, usando os freios na hora certa. Entraria nas curvas com sutileza, apreciando seus traçados. Jamais iria me comparar com modelos atuais, com prazo de validade definido. Apesar de antigo e fora de linha, com certeza ainda arrancaria suspiros de quem me visse numa tarde de domingo.
É verdade que nós, antigos de quatro rodas, não somos aceitos pelas seguradoras. E elas, não sabem o que estão perdendo. Os acidentes são raríssimos e, somos cuidados com todo amor e carinho. A vantagem é que não nos cobram IPVA.
Os muito jovens, aqueles que só curtem carro novo, me desculpem. Como dizia Vinicius de Morais, beleza é fundamental. Eu acrescento a experiência também.
Fui! Vruuummmm...!
domingo, 15 de abril de 2018
OS ANOS 60
De uns tempos para cá, tenho remetido minha memória para algumas décadas já vividas, principalmente os anos 60. Acho que a explicação está no seriado Mad Men, do Netflix, ao qual tenho sido espectador assíduo.
O enredo e a fidelização aos costumes e moda daquela época, são impecáveis no seriado. A cronologia dos acontecimentos, são perfeitos.
Após cada episódio assistido, fico lembrando daqueles anos que, para mim, foram realmente dourados. Lembro de filmes tipo, Bonequinha de Luxo, estrelado por Audrey Hepburn e George Peppard. Ou ainda, Um Homem...Uma Mulher. Ou talvez, A Primeira Noite de um Homem. A lista seria enorme e seria necessário uma postagem única.
Na música, tivemos Beatles, Rolling Stones, Janis Jolin, Jimmy Hendrix, entre outros que são lembrados até hoje. No Brasil, foi a década da consolidação da Bossa Nova, o surgimento da Tropicália e da Jovem Guarda. Não vou, de maneira alguma, comparar com o que é criado nos dias de hoje. As músicas italianas e francesas, também vieram com força total, colando rostos enquanto dançávamos - "Je t'aime moi non plus", não me deixa mentir.
Relembrando a moda, a meu ver, foi a década em que as mulheres eram mais elegantes. Mary Quant e sua inovadora Mini Saia, além da praticidade, fazia a alegria da ala masculina. Curiosamente, observo que a moda masculina de hoje, tem forte inspiração nos anos 60, basta ver as gravatas, ternos, sapatos, jeans e, cortes de cabelo.
Falei em Beatles e Mary Quant mas, não posso esquecer de citar James Bond. Os ingleses também marcaram presença importante em nossas vidas. Para os adolescentes da época, como eu, dançar Twist and Shout com uma menina vestindo mini saia, era o apocalipse! Após a dança, fazíamos aquela cara de 007, levantando a sobrancelha tentando impressionar a garota. Só faltava um Jaguar ou, um Aston Martin. Rolls Royce, era coisa de velho. Ah, a Invasão Britânica nos 60th! Nem Churchill imaginaria!
Não tínhamos a tecnologia de hoje e, nem precisávamos. As conversas e eventuais namoros, eram ao vivo. No máximo usávamos um telefone fixo, uma máquina de escrever ou, um bilhetinho enviado àquela menina "mais bonita do colégio".
Também não tinha essa coisa chata do "politicamente correto". Era permitido fumar em qualquer lugar; ninguém usava capacete ao pilotar uma moto; falávamos o que vinha à cabeça e, estamos conversados.
Com vinte e poucos anos, já éramos adultos, formados e prontos para casar. É verdade que alguns casamentos eram realizados às pressas e, tinham vida curta. Outros, duram até hoje e, só Deus sabe como!
Alguns acontecimentos daquela década, marcaram para sempre: Woodstock...Maio de 1968...Contracultura...Beatnicks...Homem na lua...Guerra fria...Kennedy...Martin Luther King...Brigite Bardot...Barbarella...Minha primeira CNH...Primeira namorada...e por aí vai!
Finalizando e, antes de fechar meu baú de recordações, não posso deixar de lembrar como as pessoas eram educadas, independente da classe social ou econômica.
Fecho o baú e volto à 2018 e...seja o que Deus quiser!
segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018
DIGA 33
A medicina, sem dúvida alguma é, uma das profissões mais fascinantes e intrigantes. Fascinante, se levarmos em conta que o médico, é o responsável pela nossa saúde e, tem o poder absoluto quando entramos num consultório ou hospital. Intrigante, quando tentamos ler o que o Doutor escreveu na receita e, não entendemos uma linha sequer. A famosa "letra de médico" é algo que só os farmacêuticos entendem ou, os hipocondríacos que, além de absorverem e sentir qualquer doença, desenvolvem uma habilidade fantástica ao lerem aqueles hieroglifos quase psicografados.
Ser médico também confere um status superior. Outro dia, escutei numa loja de carros semi-novos que, tal modelo estava impecável, pois era "carro de médico" - como se alguém formado em medicina, tivesse habilidades e cuidados com o veículo, diferente dos comuns mortais.
Resolvi escrever esta postagem, depois de ser atendido numa super clínica. Quando cheguei para a consulta, imaginei ser recebido de imediato pelo Doutor, cujo nome ornamentava a fachada do prédio. Que nada! Após entregar meu carro no estacionamento, onde havia no mínimo seis manobristas, fui recebido por um funcionário alto e careca que, parecia o Gênio da Lâmpada. Não fosse o terno e a gravata borboleta que ele usava, eu diria que meu nome era Aladim.
Fui acompanhado até a recepção onde, três belas moças me fizeram um questionário interminável. Logo após, passei por uma mini lanchonete, onde me ofereceram café, chá, sucos e biscoitos. Tomei um café. Continuando o tour pela clínica, uma sala muito bem decorada, com poltronas de couro, me aguardava. Umas quatro pessoas, todas sorridentes, me cumprimentaram, enquanto também esperavam alguma novidade naquele templo da medicina. Não sei porque, achei que aqueles quatro pacientes eram figurantes contratados. O sorriso deles parecia programado, tipo aquelas pessoas que aplaudem e gritam no BBB, em dia de eliminação.
Meu nome foi anunciado e, uma Nutricionista me esperava em sua sala. De novo, perguntas intermináveis, sobre os meus hábitos alimentares, eventuais vícios, atividade sexual, leituras, convivência familiar, hobbies, preferência musical...ufa! Quase desisti da consulta.
Após a Nutricionista, foi a vez da Fisioterapeuta. Novas perguntas e, respostas já de saco cheio.
Finalmente, me avisaram que o Doutor iria me receber. Fui recebido pelo assistente do Doutor. Era um jovem sorridente, como aqueles quatro que aguardavam atendimento. Após uma conversa de 15 minutos onde, minha pressão foi aferida, o jovem Doutor/Assistente prescreveu alguns medicamentos e exames que, deveriam ser realizados num laboratório indicado pela clínica.
Quase estava esquecendo de relatar que, a Nutricionista também prescreveu uma dieta, cujas comidas congeladas, também deveriam ser adquiridas numa empresa recomendada por ela (e pela clínica, evidentemente). A Fisioterapeuta ficou de me enviar um email, indicando onde eu deveria fazer alguns exercícios.
Antes de me dirigir ao setor financeiro onde, uma conta do tamanho do rombo da Petrobrás me aguardava, eis que surge numa porta de vidro, o Doutor titular, aquele com nome na fachada do prédio. Ganhei um abraço e, em seguida me perguntou se fui bem atendido e, se gostei da clínica. Tive vontade de dizer que nem Walt Disney faria melhor. Nos despedimos e, fui pagar a conta, forçando um sorriso de figurante.
O Gênio da Lãmpada engravatado, me acompanhou até o estacionamento e, fui embora.
No caminho, lembrei do Dr. Paulo Moreira. O Dr. Paulo era aquele típico médico de família. Quando chamado, ia na minha casa com a sua indefectível maletinha de couro e, sobre ela, receitava uma tal "Limonada Purgativa" que, após ingerida, fazia a gente virar do avesso no banheiro mas, a cura era garantida. É claro que antes, ele colocava o estetoscópio nas minhas costa e falava: "DIGA 33"...
Saudades daqueles tempos, sem pacientes figurantes.
A medicina, sem dúvida alguma é, uma das profissões mais fascinantes e intrigantes. Fascinante, se levarmos em conta que o médico, é o responsável pela nossa saúde e, tem o poder absoluto quando entramos num consultório ou hospital. Intrigante, quando tentamos ler o que o Doutor escreveu na receita e, não entendemos uma linha sequer. A famosa "letra de médico" é algo que só os farmacêuticos entendem ou, os hipocondríacos que, além de absorverem e sentir qualquer doença, desenvolvem uma habilidade fantástica ao lerem aqueles hieroglifos quase psicografados.
Ser médico também confere um status superior. Outro dia, escutei numa loja de carros semi-novos que, tal modelo estava impecável, pois era "carro de médico" - como se alguém formado em medicina, tivesse habilidades e cuidados com o veículo, diferente dos comuns mortais.
Resolvi escrever esta postagem, depois de ser atendido numa super clínica. Quando cheguei para a consulta, imaginei ser recebido de imediato pelo Doutor, cujo nome ornamentava a fachada do prédio. Que nada! Após entregar meu carro no estacionamento, onde havia no mínimo seis manobristas, fui recebido por um funcionário alto e careca que, parecia o Gênio da Lâmpada. Não fosse o terno e a gravata borboleta que ele usava, eu diria que meu nome era Aladim.
Fui acompanhado até a recepção onde, três belas moças me fizeram um questionário interminável. Logo após, passei por uma mini lanchonete, onde me ofereceram café, chá, sucos e biscoitos. Tomei um café. Continuando o tour pela clínica, uma sala muito bem decorada, com poltronas de couro, me aguardava. Umas quatro pessoas, todas sorridentes, me cumprimentaram, enquanto também esperavam alguma novidade naquele templo da medicina. Não sei porque, achei que aqueles quatro pacientes eram figurantes contratados. O sorriso deles parecia programado, tipo aquelas pessoas que aplaudem e gritam no BBB, em dia de eliminação.
Meu nome foi anunciado e, uma Nutricionista me esperava em sua sala. De novo, perguntas intermináveis, sobre os meus hábitos alimentares, eventuais vícios, atividade sexual, leituras, convivência familiar, hobbies, preferência musical...ufa! Quase desisti da consulta.
Após a Nutricionista, foi a vez da Fisioterapeuta. Novas perguntas e, respostas já de saco cheio.
Finalmente, me avisaram que o Doutor iria me receber. Fui recebido pelo assistente do Doutor. Era um jovem sorridente, como aqueles quatro que aguardavam atendimento. Após uma conversa de 15 minutos onde, minha pressão foi aferida, o jovem Doutor/Assistente prescreveu alguns medicamentos e exames que, deveriam ser realizados num laboratório indicado pela clínica.
Quase estava esquecendo de relatar que, a Nutricionista também prescreveu uma dieta, cujas comidas congeladas, também deveriam ser adquiridas numa empresa recomendada por ela (e pela clínica, evidentemente). A Fisioterapeuta ficou de me enviar um email, indicando onde eu deveria fazer alguns exercícios.
Antes de me dirigir ao setor financeiro onde, uma conta do tamanho do rombo da Petrobrás me aguardava, eis que surge numa porta de vidro, o Doutor titular, aquele com nome na fachada do prédio. Ganhei um abraço e, em seguida me perguntou se fui bem atendido e, se gostei da clínica. Tive vontade de dizer que nem Walt Disney faria melhor. Nos despedimos e, fui pagar a conta, forçando um sorriso de figurante.
O Gênio da Lãmpada engravatado, me acompanhou até o estacionamento e, fui embora.
No caminho, lembrei do Dr. Paulo Moreira. O Dr. Paulo era aquele típico médico de família. Quando chamado, ia na minha casa com a sua indefectível maletinha de couro e, sobre ela, receitava uma tal "Limonada Purgativa" que, após ingerida, fazia a gente virar do avesso no banheiro mas, a cura era garantida. É claro que antes, ele colocava o estetoscópio nas minhas costa e falava: "DIGA 33"...
Saudades daqueles tempos, sem pacientes figurantes.
segunda-feira, 20 de março de 2017
PASTEL DO CHINÊS
As notícias sobre as carnes estragadas e, vendidas sem o menor critério pelos frigoríficos brasileiros, são o que mais lemos nas redes sociais. Tem também leite com soda cáustica, frango com papelão e, águas minerais que não têm nada de minerais - são "naturais" duplamente filtradas e, aprovadas pelo Ministério correspondente.
Se tudo isso é verdade e, acredito que seja, esses frigoríficos além de mal intencionados, são burros. Vão perder milhões de dólares que viriam através das exportações para vários paises, incluindo a China.
Quando li que a China suspendeu as importações das carnes podres, lembrei de um fato ocorrido em Porto Alegre, lá pelos anos 70. Tinha uma pastelaria, cujo nome não lembro, localizada no centro da cidade, em que o proprietário (chinês) vendia saborosos pastéis feitos com carne de rato e cachorro. No sótão, ele mantinha várias gaiolas com tenros camundongos para posterior abate. As filas com famintos consumidores, fazia a alegria do ching-ling e, todo mundo comia e saia satisfeito de lá.
Um dia, a fiscalização sanitária, de mãos dadas com a polícia, resolveu fazer uma visita ao local. A pastelaria foi fechada e seu dono, preso. Durante o interrogatório, falando um português enrolado, o chinês disse que não tinha cometido crime algum pois, no seu país, comer cachorro, rato e outras iguarias similares, era normal. Acredito que, apesar de vários anos passados, muita gente que por lá passou, não pode nem ouvir a palavra pastel.
Quem é da minha geração,talvez lembre de um filme chamado "Mondo Cane". Nunca assisti tanta nojeira na vida. Quem fez aquele filme, deveria ter ódio do próprio estômago. Não recordo se assisti até o fim. Acho que não e, não recomendo à ninguém.
Pois bem, lembrando do chinês criador de ratos e, lendo sobre a revolta do povo dele com as carnes estragadas importadas do Brasil, fiquei pensando: Será que roedores e dogs gordinhos são mais saudáveis que nossas picanhas?
Pelo sim, pelo não, prefiro alface com agrotóxico. Apesar que não se pode duvidar da sabedoria oriental!
Se tudo isso é verdade e, acredito que seja, esses frigoríficos além de mal intencionados, são burros. Vão perder milhões de dólares que viriam através das exportações para vários paises, incluindo a China.
Quando li que a China suspendeu as importações das carnes podres, lembrei de um fato ocorrido em Porto Alegre, lá pelos anos 70. Tinha uma pastelaria, cujo nome não lembro, localizada no centro da cidade, em que o proprietário (chinês) vendia saborosos pastéis feitos com carne de rato e cachorro. No sótão, ele mantinha várias gaiolas com tenros camundongos para posterior abate. As filas com famintos consumidores, fazia a alegria do ching-ling e, todo mundo comia e saia satisfeito de lá.
Um dia, a fiscalização sanitária, de mãos dadas com a polícia, resolveu fazer uma visita ao local. A pastelaria foi fechada e seu dono, preso. Durante o interrogatório, falando um português enrolado, o chinês disse que não tinha cometido crime algum pois, no seu país, comer cachorro, rato e outras iguarias similares, era normal. Acredito que, apesar de vários anos passados, muita gente que por lá passou, não pode nem ouvir a palavra pastel.
Quem é da minha geração,talvez lembre de um filme chamado "Mondo Cane". Nunca assisti tanta nojeira na vida. Quem fez aquele filme, deveria ter ódio do próprio estômago. Não recordo se assisti até o fim. Acho que não e, não recomendo à ninguém.
Pois bem, lembrando do chinês criador de ratos e, lendo sobre a revolta do povo dele com as carnes estragadas importadas do Brasil, fiquei pensando: Será que roedores e dogs gordinhos são mais saudáveis que nossas picanhas?
Pelo sim, pelo não, prefiro alface com agrotóxico. Apesar que não se pode duvidar da sabedoria oriental!
sábado, 18 de março de 2017
A VOLTA
Durante um bom tempo, estive fora deste espaço que tantas alegrias me proporcionou.
Fui infiel à você, meu blog. Peço mil desculpas pela traição cometida com o facebook. Apesar daquela interação imediata e desenfreada do FB, em vários momentos lembrei de você. A saudade foi imensa, principalmente das amizades que aqui conquistei.
Prometo postar mais seguido, mesmo sabendo que vários amigos não estão mais por aqui. Na pior das hipóteses, vou treinando minhas mal traçadas linhas.
Tal e qual uma garrafa jogada no oceano e, com uma mensagem dentro, vou ficar aguardando quem a encontre por aqui.
I´ll be there!
Fui infiel à você, meu blog. Peço mil desculpas pela traição cometida com o facebook. Apesar daquela interação imediata e desenfreada do FB, em vários momentos lembrei de você. A saudade foi imensa, principalmente das amizades que aqui conquistei.
Prometo postar mais seguido, mesmo sabendo que vários amigos não estão mais por aqui. Na pior das hipóteses, vou treinando minhas mal traçadas linhas.
Tal e qual uma garrafa jogada no oceano e, com uma mensagem dentro, vou ficar aguardando quem a encontre por aqui.
I´ll be there!
domingo, 3 de agosto de 2014
HÍMEN COMPLACENTE
Há alguns anos eu estava no Rio de Janeiro e, encontrei um amigo que não via desde 1997. Almoçamos juntos, e na despedida fui convidado por ele para assistir à noite, uma apresentação da banda em que seu filho tocava. Perguntei qual o gênero musical do grupo, e ele me respondeu que era, algo assim, "meio Rock pesado e alternativo"... Fiz que entendi e, na falta de um programa melhor, aceitei o convite.
Chegamos no bar, numa rua em Copacabana e, quando vi aquela multidão composta por jovens punks (alguns nem tão jovens assim), senti que a noite prometia, principalmente para alguém que, como eu, tinha o dobro da idade da turma. Essa coisa da idade é tão séria que, ao entrar no local tentando abrir caminho com os braços, acho que cantarolei em silêncio: "Vejam só que Festa de Arromba / noutro dia eu fui parar...".
É óbvio que não havia lugar para sentar, e mesmo contra a vontade, eu e meu amigo pulávamos juntos com aquela galera ensandecida.
De repente alguém anuncia: Com vocês, o som maluco da Hímen Complacente!!! Sim, esse era o nome da banda e, aos primeiros acordes de guitarra, constatei que era um som maluco mesmo. O filho do meu amigo era o cara que cantava com uma voz grave e rouca e, juro por tudo que, por mais esforço auditivo que eu fizesse, não entendi uma só palavra. O rock era pesado mesmo e, extremamente "alternativo". Meu amigo vibrava com a performance do seu filhote que deveria medir algo próximo de 2 metros, e com uns 130 quilos - sem contar a belíssima tatuagem no peito e nos braços que, devido à distância em que eu estava, me lembrava o teto da Capela Sistina.
A certa altura da apresentação delirante, um rapaz que estava ao meu lado, cutucou meu braço e perguntou: Show, né tio??? E respondi agitando os braços no ar: Ô...showzaço!!
Não sei quantas músicas foram tocadas pela Hímen Complacente, até porque, uma emendava na outra, parecendo ser sempre a mesma ou, uma ladainha-musical-pesada-alternativa.
Me despedi do meu amigo e voltei ao hotel. O "som maluco" da banda me acompanhou no táxi e, não me deixou nem quando eu me revirava na cama tentando dormir. E olha que, a membrana complacente do meu tímpano, aguenta as mais absurdas abobrinhas. Menos um Rock pesado e...alternativo.
Chegamos no bar, numa rua em Copacabana e, quando vi aquela multidão composta por jovens punks (alguns nem tão jovens assim), senti que a noite prometia, principalmente para alguém que, como eu, tinha o dobro da idade da turma. Essa coisa da idade é tão séria que, ao entrar no local tentando abrir caminho com os braços, acho que cantarolei em silêncio: "Vejam só que Festa de Arromba / noutro dia eu fui parar...".
É óbvio que não havia lugar para sentar, e mesmo contra a vontade, eu e meu amigo pulávamos juntos com aquela galera ensandecida.
De repente alguém anuncia: Com vocês, o som maluco da Hímen Complacente!!! Sim, esse era o nome da banda e, aos primeiros acordes de guitarra, constatei que era um som maluco mesmo. O filho do meu amigo era o cara que cantava com uma voz grave e rouca e, juro por tudo que, por mais esforço auditivo que eu fizesse, não entendi uma só palavra. O rock era pesado mesmo e, extremamente "alternativo". Meu amigo vibrava com a performance do seu filhote que deveria medir algo próximo de 2 metros, e com uns 130 quilos - sem contar a belíssima tatuagem no peito e nos braços que, devido à distância em que eu estava, me lembrava o teto da Capela Sistina.
A certa altura da apresentação delirante, um rapaz que estava ao meu lado, cutucou meu braço e perguntou: Show, né tio??? E respondi agitando os braços no ar: Ô...showzaço!!
Não sei quantas músicas foram tocadas pela Hímen Complacente, até porque, uma emendava na outra, parecendo ser sempre a mesma ou, uma ladainha-musical-pesada-alternativa.
Me despedi do meu amigo e voltei ao hotel. O "som maluco" da banda me acompanhou no táxi e, não me deixou nem quando eu me revirava na cama tentando dormir. E olha que, a membrana complacente do meu tímpano, aguenta as mais absurdas abobrinhas. Menos um Rock pesado e...alternativo.
sábado, 26 de julho de 2014
Crazy Neighbour
Tenho uma vizinha estranha, descompensada emocionalmente, talvez sensível ou, quem sabe, doida.
No prédio onde moro, poucos moradores mantém relações cordiais com ela. Me incluo nesse pequeno grupo, por um simples motivo: aprendi que com louco não se discute e, em alguns casos, eles podem ter razão.
Nos primeiros meses do ano, ela andava surtada full time. Como sei disso? Simples... sempre que ela está, digamos, mais nervosa, ela entra e sai do prédio cantando "To nem aí", reforçando os agudos na hora do "aí". Outro fator sintomático: quando ela implica com alguém, tem mania de deixar bilhetinhos mal educados nos carros dos vizinhos.
Há alguns meses, fui vítima de um desses temíveis bilhetinhos - ao estacionar o carro na garagem, invadi, por descuido, a vaga ao lado que, por sinal, não é dela, mesmo assim o mal traçado bilhete dizia o seguinte: "Aviso ao proprietário deste carro com cara de monstro, que na próxima vez que "estasionar" errado tomo sérias providencias." Amassei o papel rindo mas, logo comecei a pensar: quem teria a cara de monstro, eu ou o carro! Voltei até a garagem, olhei fixamente para aqueles faróis que me encaravam felinamente; observei aquela grade cromada que me deu um sorriso sarcástico, lembrando dentes de aço prontos a me devorar, e a partir daquele momento passei a entender o recado dela. E a temer o carro.
Nas últimas semanas, ela tem andado mais tranquila e simpática. Como sei disso? Simples... desde que a conheço, além do péssimo humor, sempre a via com a mesma camiseta e jeans, ou alguma variação sobre o mesmo tema, além dos seus encaracoladíssimos cabelos estarem sempre desgrenhados, causando inveja no Davi Luiz, aquele selecionável do Felipão. Pois bem... noite dessas, estou entrando no prédio e uma bela moça me cumprimenta sorridente - vestia um belo vestido preto, sapatos altos, maquiagem perfeita e, os cabelos...ah, os cabelos tinham passado por uma chapinha furiosa, estilo Maga Patalógika. É claro que era ela! Para me certificar, após o respeitoso "boa noite", olhei discretamente quando ela saiu do prédio e entrou num carro branco, onde um príncipe encantado a recebeu com um beijo apaixonado. O amor opera milagres!
Desejo do fundo do meu coração, que o amor dela seja infinito, mesmo que não dure - pela sua saúde mental e a felicidade geral do prédio.
Por falar em saúde mental, tenho sentido falta de ouvir aqueles agudos do "To nem aí". Mas vai passar. Ah, vai!
No prédio onde moro, poucos moradores mantém relações cordiais com ela. Me incluo nesse pequeno grupo, por um simples motivo: aprendi que com louco não se discute e, em alguns casos, eles podem ter razão.
Nos primeiros meses do ano, ela andava surtada full time. Como sei disso? Simples... sempre que ela está, digamos, mais nervosa, ela entra e sai do prédio cantando "To nem aí", reforçando os agudos na hora do "aí". Outro fator sintomático: quando ela implica com alguém, tem mania de deixar bilhetinhos mal educados nos carros dos vizinhos.
Há alguns meses, fui vítima de um desses temíveis bilhetinhos - ao estacionar o carro na garagem, invadi, por descuido, a vaga ao lado que, por sinal, não é dela, mesmo assim o mal traçado bilhete dizia o seguinte: "Aviso ao proprietário deste carro com cara de monstro, que na próxima vez que "estasionar" errado tomo sérias providencias." Amassei o papel rindo mas, logo comecei a pensar: quem teria a cara de monstro, eu ou o carro! Voltei até a garagem, olhei fixamente para aqueles faróis que me encaravam felinamente; observei aquela grade cromada que me deu um sorriso sarcástico, lembrando dentes de aço prontos a me devorar, e a partir daquele momento passei a entender o recado dela. E a temer o carro.
Nas últimas semanas, ela tem andado mais tranquila e simpática. Como sei disso? Simples... desde que a conheço, além do péssimo humor, sempre a via com a mesma camiseta e jeans, ou alguma variação sobre o mesmo tema, além dos seus encaracoladíssimos cabelos estarem sempre desgrenhados, causando inveja no Davi Luiz, aquele selecionável do Felipão. Pois bem... noite dessas, estou entrando no prédio e uma bela moça me cumprimenta sorridente - vestia um belo vestido preto, sapatos altos, maquiagem perfeita e, os cabelos...ah, os cabelos tinham passado por uma chapinha furiosa, estilo Maga Patalógika. É claro que era ela! Para me certificar, após o respeitoso "boa noite", olhei discretamente quando ela saiu do prédio e entrou num carro branco, onde um príncipe encantado a recebeu com um beijo apaixonado. O amor opera milagres!
Desejo do fundo do meu coração, que o amor dela seja infinito, mesmo que não dure - pela sua saúde mental e a felicidade geral do prédio.
Por falar em saúde mental, tenho sentido falta de ouvir aqueles agudos do "To nem aí". Mas vai passar. Ah, vai!
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