terça-feira, 18 de janeiro de 2011

PROIBIÇÕES IRANIANAS


Sempre detestei proibições. Principalmente as absurdas.
Sempre detestei também o senhor Ahmadinejad, bem como seus amiguinhos Chávez, Morales, Fidel, Lula, Dilma, e por aí vai!
Recentemente comecei a rever alguns conceitos. Estou começando a simpatizar com o Irã, e consequentemente com Ahmadinejad e seus "aiatolados". O pessoal por lá resolveu proibir unha comprida. Fez muito bem. Eu abomino unha comprida, especialmente aquela do dedo minguinho.
Proibiram também o uso de piercing. Excelente medida...! Imagina você beijar alguém com aquela bolinha de metal na língua, e de repente engolir a dita cuja.
Homem de cabelo tingido também não pode. É insuportável ver tanto marmanjo afrodescendente de cabelo louro, ou então aquele estilo moicano espetado, na cor azul.
Sobrou até para as tatuagens. É impressionante o que tem de gente exibindo tatuagens bregas por aí. Alguns transformam o braço em tela de serigrafia, e acham que estão agradando. Até o nome de Deus é escrito em algumas partes do corpo, sem contar os que gravam na pele as iniciais do amado(a). Nesse último caso, tem um problema; em caso de separação só existem duas alternativas: ou a criatura lixa a pele tirando as iniciais, ou o próximo(a) vai transar admirando as letras que compõem o nome do antecessor. Mas... gosto é gosto!
O Irã resolveu também proibir os livros do Paulo Coelho. Compreendo que depois de 6 milhões de exemplares vendidos, fosse necessário tomar alguma medida para evitar que a poluição continuasse a se espalhar. Entendo que o presidente iraniano lamente não ter sido avisado por seu amiguinho Lula da ruindade das obras. Admito que para um iraniano culto deve ser insuportável ver histórias exuberantes da antiga Pérsia transformadas em mensagens de autoajuda barata.
Acho que o Irã quer evitar uma metástase, tratando a proliferação de livros de Paulo Coelho como questão de segurança nacional, internacional, global, como um vírus sem fronteiras. Acho também, que de nada adianta proibir Paulo Coelho como medida profilática se não proibir também Dan Brown e, especialmente, Harry Potter, o grande formador de leitores de Paulo Coelho, Dan Brown, e toda essa parafernália sobre vampiros, lobisomens e Ronaldinho Gaúcho. Proibir Clarice Lispector, também seria uma boa...!
Enfim, dito tudo isso, tenho certeza que essa proibição só beneficiará o falso mago, que já está se vendo como um Salman Rushdie retardatário. A decisão dos "aiatolados" produzirá certamente um efeito perverso, nefasto, e incontrolável: a disseminação radical das obras de Paulo Coelho como objetos proibidos, o que sempre aguça o desejo e dá legitimidade ao censurado. O "mago" está rindo sózinho. É o melhor marketing do mundo. E gratuito!
Tomara que o Irã tome outras medidas importantes. Por exemplo, proibir, sob pena de prisão imediata, sem direito à fiança, homens com rabo de cavalo, música sertaneja, e mulher com esmalte azul nas unhas dos pés.
Talvez isso escape à alçada iraniana, mas não custa sonhar!