segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

EU E DR. FREUD !


Tentei fazer análise durante um tempo, mas parei quando percebi que minhas chances de cura eram nulas. Freud teria desanimado comigo e mudado de profissão.
Mesmo assim, foi um tempo proveitoso. Usei parte do aprendizado na composição de algumas teorias que desenvolvi à respeito do mais rentável e cômico ramo da medicina. Quando falo "cômico", é porque ao conversar com o terapeuta, frente a frente, ele de pernas cruzadas e segurando o queixo, fazia com que me sentisse o Louro José sem áudio, ou então vendo filmes de Woody Allen. Volta e meia ainda confundo Woody e Louro. O papagaio é menos genial, é verdade, já Mr. Allen é muito repetitivo.
Meu ceticismo com a psiquiatria, vem de tempos. Convivi durante bom tempo com um familiar portador de "disturbios emocionais", cujo tratamento durou (e ainda dura) anos. Houve progresso. A pessoa está pior!
Escrevi certa vez que "a psiquiatria é aquela especialidade da medicina em que a cura é sempre subjetiva, e que a alta do paciente fatalmente ocorrerá quando o dinheiro acabar". Fui duramente criticado por algumas pessoas que discordaram, mas mesmo assim minha convicção é cada vez maior.
Certa vez, resolvi testar minha teoria. O familiar em questão, já estava há 6 anos "num relacionamento sério" com o terapeuta. Duas consultas semanais, algumas internações, e o complexo de Napoleão ou de Jesus Cristo não desaparecia. Disse então ao Freud tupiniquim que meu dinheiro acabara; que estava falido, e sem condições de arcar com aquele salário mensal que ele recebia. Como resposta ouvi que em alguns casos uma interrupção no tratamento (via consultório), seria benéfico para o paciente, e que sempre que fosse necessário poderíamos ligar a qualquer hora...! Previsível...!
Tudo isso me fez concluir também que no meu caso, a melhor terapia é ter um amor correspondido, dinheiro no bolso, saúde e paz. E isso, só quem pode conseguir sou eu mesmo.
Freud, explica...??