quarta-feira, 28 de abril de 2010

MACAQUICES RODRIGUIANAS


Noite dessas, após percorrer todos os canais da Net à procura de algo interessante, acabei assistindo um documentário no "Animal Planet".
Era sobre uma espécie de macacos que vivem em pequenas ilhas, muito próximas entre elas, mas como detestam água, eles não se visitam nunca, ainda que sejam da mesma família.
No início achei meio chato, pois aquela voz monocórdia falando sobre os hábitos dos primatas, já estava me dando sono, até que ficou interessante, e comecei a fazer uma analogia sobre tais hábitos com algumas atitudes dos humanos.
Numa dessas ilhas, mora o "macho alfa"; todo poderoso chefão da turma. É o mais velho de todos, e portanto também é temido e respeitado.
Mesmo com as prerrogativas que o cargo lhe confere, e podendo transar com todas as macacas do lugar, ele só tem olhos para uma macaquinha bem mais jovem.
Era comovente ver os carinhos e afagos que ele dispensava à ela. A recíproca não era verdadeira, e logo percebi o que rolava por lá.
Na ilha ao lado, poucos metros distante, tinha um macaco jovem, muito safado. Ele mantinha alguns códigos secretos com a preferida do chefão, e quando este descuidava, ela diferente dos demais, pulava na água e ia se encontrar com o garotão. Enquanto transavam aos gritos e sussurros na frente de todos, o velho Big-Boss pulava, esbravejava e batia em tudo o que visse pela frente, mas entrar na água nem pensar, e o macaco abusado olhava para ele e dava risadas. Nunca vi tamanha sacanagem...!
Fiquei curioso com o que aconteceria depois, e para minha surpresa assisti algo que não esperava.
Após os beijinhos de despedida no amado, a danada voltava na maior cara de pau para o "lar oficial", e pasmem... depois de levar uma surra daquelas do velhote, ainda dava uma transadinha com ele. E a paz voltava a reinar.
E claro, na ilha próxima alguém rolava de tanto rir!
Quando terminou o documentário, fui pesquisar sobre a vida de Nelson Rodrigues, mas não encontrei nada sobre alguma provável viagem dele à Africa!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

QUINTANARES


EU QUERO O TEU AMOR ANIMAL

" Mas onde já se viu falar em amor à distância,
Num Tele-Amor?!
Num amor de longe...
Eu sonho é com um amor pertinho...
E depois
Esse calor humano é uma coisa que todos - até os executivos têm...
É algo que acaba se perdendo no ar
No vento
No frio que faz agora...
Escuta!
O que eu quero
O que eu amo
O que desejo em ti
É teu amor animal... "
(Mário Quintana)

quinta-feira, 15 de abril de 2010

O ABRAÇO


Algumas pessoas não dão a devida importância ao abraço.
Ele acalma, aconchega, envolve, envaidece, nutre esperanças, transmite afeto, amor e solidariedade.
Quando um bebê chora, seja por fome ou desconforto, basta a mãe pegá-lo no colo e abraçá-lo. Ele fica calmo na hora.
Com os adultos acontece o mesmo. Nas horas de angústia e aflição, nada como um abraço amigo.
A exemplo dos bebês, quando um adulto está transtornado, seja pela perda de alguém querido, ou mesmo por um distúrbio físico ou mental, ao ser abraçado de maneira envolvente e carinhosa, a calma e o controle retornam aos poucos.
E no amor... Bem, no amor o abraço é fundamental. Tal como o beijo, ele transmite o sentimento de corpo e alma para quem se ama.
Pensando bem, nem sei porque resolvi escrever sobre este assunto... Sinceramente, não sei.
Talvez por estar necessitando urgentemente de um abraço!

terça-feira, 6 de abril de 2010

SOBRE POLÍTICA. . .


Sempre evitei falar em política e sobre as minhas convicções à respeito aqui no blog. Primeiro por ser um tema polêmico e que não tenho muito interesse, e segundo por respeitar opiniões contrárias.
Hoje, um pouco indignado, resolvi sair da toca.
Tenho acompanhado o drama de uma ex-funcionária que trabalhou comigo, e cujo marido diabético está prestes à perder uma perna por absoluta falta de atendimento no SUS. Por falta de recursos financeiros, ela não tem a quem recorrer a não ser a "boa vontade" do sistema tão elogiado por quem o implementou, e à Deus.
Ontem ela me ligou dizendo que a avaliação do caso está marcada para, pasmem, abril de 2011!! Ou seja, talvez ela receba mais rápido o Auxílio-Funeral.
Por casos assim é que não entendo como um Presidente pode obter altos índices de aprovação ao seu governo, enquanto pessoas morrem em corredores de hospitais, somos assaltados à luz do dia, a educação é cada vez pior, e as perspectivas de emprego para as novas gerações são cada vez mais distantes.
Não acho justo que pessoas como eu que pagam seus impostos, tenham que recorrer à planos de saúde, contratar segurança privada, e ainda aplaudir o belo desempenho de
um alcoólatra que instituiu a lei seca; um analfabeto que se orgulha disso e assinou a reforma ortográfica; tem um filho formado em droga nenhuma e é gênio em "finanças"; e teve a cara de pau de pedir a Deus para dar inteligência a Barack Obama, que é formado em Harvard!
O pior de tudo é que essa situação tende a continuar. Dona "Dilma Ducheffe" vem aí!
Espero sinceramente que um dia as novas gerações se livrem de gente como essas que fazem de Brasília, a Casa da Mãe Joana.
Se esse dia chegar, talvez ARRUDA será uma simples plantinha para espantar mau olhado.
GENOINO, será algo verdadeiro.
GENRO, apenas o marido da filha.
SEVERINO, o porteiro do prédio.
GRENNHALGH, voltará a ser um almirante que participou da nossa história.
E, se Deus quiser, DIRCEU, PALLOCCI, DELÚBIO, BERZOINI, GEDIMAR, VALDEBRAN. GUSHIKEN e RENAN, serão simples presidiários.
Ah...! E LULA, apenas um fruto do mar.
Cada vez que leio no meu título de eleitor a frase "Zona Eleitoral", entendo o seu verdadeiro significado.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

AMOR ESPELHO


Gosto muito de uma frase do Mário Quintana em que ele diz que "Amar é quando um mora dentro do outro...!".
Sempre entendi o recado do poeta, mas resolvi fazer uma outra leitura à respeito, e pensei nos casais que "vivem" a vida um do outro, sem respeitar individualidades e o espaço de cada um.
Essa coisa meio louca como sentimentos de posse, acabam gerando inseguranças de ambos os lados, pois afinal toda pessoa é única, e no máximo podemos complementar alguma coisa no outro, dando o nosso amor e afeto.
Isso tudo me fez lembrar dos seres andróginos. A história está em O Banquete de Platão, que data mais ou menos do ano 380 a.C.
Conta-nos o filósofo grego que em tempos remotos, existiam seres chamados andróginos, formados pela união do homem e da mulher. Os andróginos tinham duas caras, uma olhando em cada direção (podiam caminhar para frente e em marcha a ré), e um duplo corpo. Eram fortíssimos, e tinham tal ânsia de poder que tentaram conquistar o Olimpo, a morada dos deuses. Para anular essa tentativa, Zeus cortou em dois os andróginos. Desde então as duas metades procuram-se, sonhando, através da união, recuperar algo da antiga força.
Fortes eles eram, mas será que era fácil a vida deles? Como tinham duas faces, olhando em direções opostas, isso significa que nunca poderiam ver juntos um programa de TV, por exemplo. E na hora de fazer xixi...! Em pé ou sentado? Mesmo juntinhos assim, as divergências tomariam conta da vida de ambos.
Pensando bem, Zeus, talvez até sem querer, acabou fazendo um favor enorme à espécie humana. Tirou a força descomunal dos andróginos, certo, mas será que precisamos de força descomunal, para cumprir as tarefas do dia a dia, cuidar de nossas coisas e da vida, podermos trabalhar, e sim... amar?
Mas o melhor de tudo, é que essa separação acabou gerando uma irresistível atração entre os sexos. Uma atração que podemos chamar de amor ou de paixão, não importa. O certo é que uma nova energia foi gerada, e ela já não é mais usada para a conquista de redutos, divindades e individualidades; serve para aproximar homens e mulheres, que desta maneira descobrem o outro, e igualmente importante, descobrem a si mesmos no outro.
Conclusão: se Zeus aparecendo agora oferecendo-se para fazer um recall da espécie humana e nos devolver ao mundo sob a forma original de andróginos, deveríamos recusar de forma taxativa: "Não Zeus, estamos muito melhor assim, preferimos cada um com sua cara e olhando na direção que melhor lhe convém. Preferimos as nossas individualidades, a afirmação de nossas identidades pessoais. Preferimos procurar um ao outro, mesmo que esta busca tarde uma vida inteira, e que seja acompanhada de enganos, decepções, ou frustrações."
Um dia, quem sabe, poderemos refletir melhor sobre o nosso mundo e tentar melhorá-lo, sem que para isso tenhamos que invadir a vida do outro.
Ou o Olimpo.